A Manipulação da Autotraição Feminina
"Temos essa dicotomia entre Eva e Lilith em nossa psique, confundindo constantemente a nossa visão de mundo, fazendo com que a grande maioria feminina ainda sinta o peso da inadequação social por causa dos discursos de gênero".
Cercada de dúvidas e ressentimentos, a mulher contemporânea sente-se traída quando descobre os mecanismos que a manipulam. Tem início, então, uma fase bastante delicada no processo de despertar, que se não acompanhada por outras mulheres mais experientes que já atravessaram o mesmo processo, a mulher tenderá a cair em muitas armadilhas e circuitos de entretenimento que a afastarão ainda mais de si mesma e seu Feminino.
Uma das armadilhas mais comuns dos dias de hoje é a manipulação da sensualidade feminina para girar a máquina econômica. O mercado da sensualidade não define as linhas divisórias da sensualidade, do erotismo e da pornografia, usando da mesma forma tudo o que for atrativo dos atributos naturais do Feminino. Isto é a objetificação da mulher.
De onde isso vem?
Na 4ª edição de O Chamado de Lilith (agora na 6ª edição revisada e ampliada 2022), estudamos uma análise sobre as diferenças entre Eva e Lilith. Vimos como a mulher foi responsabilizada pelo pecado original, sendo posteriormente associada sempre ao desejo e à tentação, ao desvio e à perdição.
Tais ideias ainda têm morada no inconsciente coletivo, e talvez sejam necessários mais 2.000 anos de limpeza e ressignificação de crenças e valores humanos daqui para frente, para transformar e transmutar estas memórias coletivas de dentro de nós. Temos essa dicotomia entre Eva e Lilith em nossa psique, confundindo constantemente a nossa visão de mundo, fazendo com que a grande maioria feminina ainda sinta o peso da inadequação social por causa dos discursos de gênero.
Essa confusão é o pano de fundo para a manipulação midiática que nos separa ainda mais de nós mesmas, inclusive umas das outras, pois, esquecidas de nossa Origem, somos meras marionetes do sistema, pensando que gozamos de liberdade para ser o que quisermos. Não minhas irmãs – nós não temos. A quem pensa que isto é um exagero, que fique bastante atenta e abra os olhos.
Esta forma de poder oculto que ainda paira sobre todas as nascidas mulheres como fonte do estigma feminino através das formas de “culto ao corpo” da atualidade, que têm a função de encarcerar a liberdade individual e coletiva num sistema de valores repressor que usa a máscara da liberdade, pelo exagero da ero-sensualização.
Excerto do meu livro "Lilith – Rainha da Lua: Uma Lenda do Princípio", disponível na minha Loja & no Clube de Autores.