O sofisma e seu controle oculto
— Originalmente escrito em 24 de maio de 2018. Revisado em 20 de setembro de 2023. —
SOFISMA "Amor sob Vontade." | VERDADE "Amor sob Liberdade."
A palavra sob nestas duas sentenças tem um profundo poder sobre nossa forma de compreender o Amor.
Quando estou no meu estado de consciência original, sei o que é Amor. Se amo, respeito sua liberdade. Mas se caio na ilusão de acreditar que minha vontade pode determinar o que Amor é, eu incorro na ação de submeter você aos filtros daquilo que acredito ser o Amor: nesta ilusão você me serve. Sempre há um servo e um patrão, onde o servo também se torna um patrão disfarçado.
O Amor não obedece à Vontade porque não está submetido à ela. Onde há imposição não pode haver concordância. Onde há imposição não pode haver escuta. Para haver concordância e escuta, há de ser livre para concordar e escutar. Amor sob Liberdade é "obediente", porque a energia da Liberdade é independência e troca, então dentro dela há espaço para que o Amor seja, e para que o outro seja tudo o que ele precisa e quer ser.
"A nossa palavra obediência provém do latim, ob-audire; de onde vem audiência, audição. Ob é um prefixo verbal indicando uma inclinação para; ob-audire, estar voltado para. Estamos muitas vezes habituados a entender a obediência no sentido da servidão, da subserviência. Mas a obediência pode também ser experienciada, (e efetivamente já o foi) como consonância e ausculta."
UNGER, Nancy Mangabeira. "Heidegger e a espera do inesperado". In: Rio de Janeiro, Revista Tempo Brasileiro, 164, jan.-mar. 2006, p. 181.
COMO O AMOR SE EXPRESSA DENTRO "DA LEI"? COMO O ESTADO DE CONSCIÊNCIA DO AMOR PODE SER RECONHECIDO?
Em primeiro lugar: Amor não é Lei. Amor é Tudo O Que É.
Não existe essa coisa de "Lei de Amor", "Amor é a Lei" e deve ser submetido à Vontade. O nome verdadeiro disso é imposição. E claro, em seu eixo mais profundo é arrogância. Em meu vídeo "O que Lilith me ensinou sobre o Amor" (ao final deste artigo), eu explico que "pessoas livres não aceitam ser manipuladas". Sabem por quê? Porque elas se amam acima de tudo.
No Amor sob Liberdade eu tenho um outro aspecto da obediência: a obediência como uma forma de transgressão. Aqui, a obediência deixa de ser temor e obrigação, passando a ser confiança: eu "eu confio no fluxo, sigo porque conheço, confio na experiência que há antes da minha existência". Há espaço para ser gentil, doce, generoso, abundante e fluido. Há espaço para ser autêntico, verdadeiro e real. Há espaço inclusive para ser ou não ser romântico, afinal a Liberdade existe.
AMOR EM LIBERDADE
E quando este estado de consciência se expande, temos Amor em Liberdade. A Consciência sabe que pode fluir em ao invés de sob. Liberdade é Fluxo. Apesar que, o Fluxo também tem inteligência e portanto, tem seu próprio controle da perspectiva da Fonte. A Consciência simplesmente confia no Fluxo que já existe antes dela, e por isso segue sob a tutela do Fluxo, segue com o Fluxo e em Fluxo.
Assim, se você quiser entender diretamente, para facilitar seu raciocínio, diga simplesmente Amor em Liberdade. Desta forma seu cérebro entende que a "submissão" (sob missão) do Amor tem a ver com estar em serviço ao Propósito de Alma.
Amor não é Lei. Não é sentimento. Amor é um estado da Consciência, um estado natural daquilo que você é. Você apenas se esqueceu.