“Porque ele discute assuntos copiosos e profundos, especialmente relacionados aos princípios da realidade (tattvas) e mantras, e porque ele nos salva (do ciclo do sofrimento), ele é chamado de tantra.”
Kāmikā-tantra (apud WALLIS, 2018, p.20)
Vamos Falar de Tantra
— Trecho do livro "Lilith — Rainha da Lua", Psicopompo de Lilith (Deva Layo) —
Nota aos novos leitores antes de iniciar esta leitura: Lilith é uma Deusa Tântrica não reconhecida no Ocidente. A deusa tântrica Lalita se tornou Lilith — e isto é confirmado mesmo entre alguns devotos orientais (Índia). Àqueles que desejarem um aprofundamento deste estudo, recomendamos a leitura da Coleção Legado de Lilith — que explica detalhadamente a verdade e a mentira da história por trás de Lilith e sua trajetória na Terra — disponibilizada logo após este texto.
Quando trazemos o Tantra para o contexto da Lenda da Lua, não estamos dizendo que a Lenda da Lua é sobre Tantra: estamos apenas trazendo a luz do Tantra para elucidar aspectos ocultos na Lenda da Lua.
Tendo posto isto, agora sim, vamos abrir este parêntese neste capítulo e falar um pouco de Tantra, para elucidar os aspectos conflituosos do Feminino e do Masculino, no intuito de harmonizá-los à luz da Consciência.
O Tantra é um complexo e sofisticado sistema de ensinamentos: constitui-se numa tradição comportamental, matriarcal, não-dualística e desrepressora. Sua transmissão de conhecimento é compreendida como uma ferramenta de iluminação e também como tecnologia da consciência, cuja documentação começou a ser feita a partir do século VI d.C., na Idade das Trevas, tempo de seu surgimento como uma escola sistematizada.
A palavra tantra pode significar teoria, doutrina ou até mesmo livro, normalmente designando as escrituras que que se diziam ter sido reveladas por uma “divindade” (WALLIS, 2018).
Alguns autores mencionarão que antes de seu surgimento oficial como uma escola, a palavra tantra já designava basicamente o nome dos textos antigos da tradição oral do Período Pré-Clássico da Índia, com mais de 5.000 anos. Alguns deles foram reescritos e tornaram-se livros – ou escrituras secretas do Hinduísmo, os shastras.
Os tantras (textos) também podem ser chamados de āgama: “o que chegou até nós”, resumindo cosmologia, epistemologia, filosofia, preceitos, meditação, yoga, mantras, adoração e iniciação.
Existem vários tipos de tantra, isto é, vários sistemas baseados em textos, onde, dentro da tradição, cada guru trabalharia com um único texto e materiais suplementares, de modo que, tradicionalmente falando a partir da perspectiva oriental, tantra seria apenas um sistema de prática espiritual estruturado em cima de um texto sagrado específico (WALLIS, 2018).
A etimologia interpretativa aplicada pelos sanscricistas sugere uma diferente aplicação para o termo tantra, que é distinta da forma como o ocidental não sanscricista normalmente a define[1]:
- Tan: propagar, elaborar, expandir.
- Tra: salvar, proteger.
[1] Os homônimos tear e urdidura.
Neste sentido, isto é, na acepção tradicional e não ocidentalizada, o Tantra divulga a sabedoria que salva. Aqui, você consegue perceber o seu caráter doutrinário e religioso porque o trabalho tântrico é feito a partir da relação com uma “divindade” e transmitido por alguém que foi tocado por ela – e o conjunto de ensinamentos transmitidos é que constituem o yoga daquela divindade, ou seja, o conjunto de práticas que visam preparar, unir e integrar os estudantes ao Self (Eu Superior) no processo de Individuação, onde as divindades relacionadas dentro daquele sistema são apenas uma ponte para a integração.
Contudo, não é necessário que você seja um religioso para acessar uma espiritualidade libertadora desta natureza, sendo possível ter uma prática semelhante, mesmo que você não tenha um guru ou um sacerdote. As consequências kármicas deste tipo de relação, onde vários abusos de controle emocional, energético e da mente ocorrem com os dedicados, são predatórias e repressoras na vida de uma pessoa.
Assim como é certo que, você não terá acesso a “conhecimentos ultrassecretos” de uma tradição se não se submeter a ela, também é certo que você poderá ter acesso à mesma fonte de sabedoria se beber diretamente dela, ou seja: a única coisa que você precisa fazer é se conectar diretamente com a fonte daquilo que você aspira – no nosso caso, Lilith.
A sabedoria é a mesma para todas as formas elaboradas do conhecimento proveniente d’Ela: Lilith é a fonte, embora as escolas de transmissão de Seu conhecimento sejam diferentes e administrem práticas e disciplinas distintas e/ou divergentes entre si.
A forma como Ela orienta o serviço do Psicopompo de Lilith é justamente para viabilizar este acesso ao aspirante comum, porque, o que fazemos aqui é justamente este tipo de “yoga lilithiano”, onde conhecimentos são transmitidos a qualquer aspirante que deseje se preparar para a conexão e a experiência do Contato, sem se vincular karmicamente com a transmissora deste Tantra. 😉