"É neste ponto que Ela deixa de nos ajudar..." — Originalmente escrito em 28 de Março de 2020.
Sabe aquele momento que tudo o que a gente queria era só um colinho?
Pois bem, às vezes não percebemos, mas nos viciamos no "colinho da Deusa", ainda mais o de Lilith que é um mel sem fim que jamais enjoa...
Esse "vício em receber tudo", o famoso "Me dá! Me dá! Me dá!" é uma postura recorrente no comportamento do adicto em escassez. A zona de conforto dessa pessoa é a crença de que tudo lhe falta e que o mundo lhe deve, a famosa "pessoa mimada". Existem dois tipos de mimados: o que tudo recebeu e jamais conheceu a falta de nada porque nunca precisou se desenvolver para conseguir o que desejava, e aquele que nada recebeu ou que tudo lhe foi tirado, tornando-se revoltado com a sua condição. Normalmente, um indivíduo desse tipo também é adicto em críticas e julgamentos, adicto em pensamentos negativos, adicto em emoções e sentimentos regressivos.
Nestas horas em que nos irritamos e nos indispomos com o Divino por uma série de razões, precisamos parar para nos questionar sobre nossa infantilidade ante os desafios da vida.
A inexperiência em lidar com novas habilidades emocionais é como aprender um novo talento, que aumentará o nosso know-how em tudo na vida — mas há quem se recuse a aceitar isso e a perceber desta forma, por estar apegado/(viciado) ao velho "jeito de ser", usando isso como justificativa para permanecer como está, agarrado aos muros de resistência que construiu ao redor de si, e se recusando a perceber que a posição que ocupa na vida no momento é exatamente aquela de sua escolha: cada um está exatamente onde se colocou.
"Nossa persona¹ nos convence de que não há nada que desconheçamos a nosso respeito — de que somos, de fato, a pessoa que vemos no espelho e acreditamos ser. Mas a questão é que, uma vez que compramos a história de "esse é quem sou", fechamos a porta para qualquer outra possibilidade e negamos a nós tudo o que poderíamos ser. Perdemos a habilidade de escolher porque não conseguimos fazer nada fora do âmbito da personalidade que estamos encenando." — O Efeito Sombra: Deepak Chopra, Debbie Ford, Marianne Williamson.
PERSONA: termo da Psicologia Analítica que define o aspecto do personagem em nós, a máscara que aprendemos ser, a personalidade que não é a identidade verdadeira.
Como é a Condução Lilithiana?
Muita gente ignora que a "maternagem lilithiana" é muito mais parecida com o temperamento das mães águias: quando o filhote menos espera, é empurrado penhasco abaixo para aprender a voar.
Podemos dizer que "as corujices" de Lilith só existem enquanto Ela nos considera crianças demais para voarmos "sozinhos"... Mas, depois disso... É crescer ou crescer! E aqui encontramos um ponto interessante e amargo para muita gente: quando nos recusamos a crescer, deixamos de confiar na condução d'Ela e na condução das pessoas que Ela usa para nos ensinar, e onde não existe confiança não existe respeito. Muitas vezes quem se apresenta em nosso caminho chega para:
⚸🦉 Nos ensinar o amor próprio através da opressão, a fim de impulsionar nossa coragem de mudar de direção.
⚸🦉 Nos ensinar o amor próprio através da rejeição, a fim de impulsionar nossa auto aceitação sem depender do amor do outro para nos sentir amados.
⚸🦉 Nos ensinar o carinho e o respeito que não nos damos através do enfrentamento.
⚸🦉 Nos ensinar a sair de nossa zona de conforto através dos incômodos que sentimos diante de certas pessoas. Devemos olhar para estes incômodos e aceitar aquilo que é verdadeiro quando sai da boca de alguém, mesmo que não soe agradável. Às vezes a verdade dói e incomoda, e nossa atitude diante dela revela o nível de consciência e maturidade que nos encontramos.
⚸🦉 Nos ensinar o sentimento de ser adulto através de um belo e redondo Não de alguém.
⚸🦉 Nos ensinar a respeitar as nossas necessidades de dizer Não — Dizer Não é um Direito, de qualquer pessoa na verdade.
⚸🦉 Nos ensinar que a Sombra que enxergamos através dos outros é também um processo nosso, porque somos nós quem estamos nos identificando com estes elementos nas outras pessoas.
⚸🦉 Nos ensinar que Poder & Glória são processos individuais — mas a experiência é coletiva. Não deveríamos nos "sentir ameaçados" pelas somas de ninguém já que estamos todos aprendendo as mesmas matérias na Escola da Vida. Onde há sentimento de ameaça, há insegurança e onde habita a insegurança, logo surge a desconfiança em si mesmo. Tudo isso é sintoma de falta de amor próprio. Isso merece ser curado.
⚸🦉 Nos ensinar que somos todos espelhos uns dos outros, e que onde haja um reflexo nosso de que não gostamos, somos nós quem devemos realizar o trabalho de sair daquela frequência indesejada a partir do trabalho interno, na reforma de nossos pontos de vista e pactos de percepção — e que ninguém nos deve nada por isso, pois somos nós quem mais ganhamos a partir de nossas próprias iniciativas de mudança.
⚸🦉 Nos ensinar que amar e aceitar a Sombra não é o mesmo que ser dominado por ela, e que assim como é necessário integrar a Sombra, também há de se integrar a própria Luz, a fim de equilibrar a polarização dentro de nós mesmos. A polaridade da Sombra, mal compreendida e conduzida, leva à degradação, e a polaridade da Luz, mal interpretada, leva à arrogância.
Crescer é Poder. Devemos aceitar o progresso. Neste caso, tudo o que precisamos é desenvolver habilidades de mudança e, talvez estejamos na realidade, sendo teimosos ao nos recusar a ser a melhor versão de nós mesmos.
É neste ponto que Ela deixa de nos ajudar.
Vamos refletir sobre isso?